"Pra gente aqui sê poeta,
E faze rima compreta,
Não precisa professor.
Basta vê, no mês de maio,
Um poema em cada gaio,
E um verso em cada fulô."
Patativa do Assaré
Uma das coisas mais fantásticas da poesia é transformar as coisas simples, coisas que nem suspeitamos em eternidade.Faz tempo que "não leio você".O que você escreveu ficou imortalizado.A palavra fez você.Você imortalizou poemas e pessoas através de suas palavras.Onde elas estão agora?
Quero vê-las aqui. Aguardo.
"Pois aqui começam as palavras!
Quem escreve aponta o lápis com o canivete.
Cada gesto ensaiado entre os dedos da mão direita
desvela um pouco mais da face da lança
com que o homem se veste de Quixote
e desafia os moinhos e os silêncios.
Um pouco mais e a ponta preta aparece
e ele refaz esse milagre treze vezes
e cantarola uma canção de ninar
enquanto acorda a véspera do poema.
Ele fecha nas mãos a arma da ousadia
e recolhe da mesa lascas de sândalo e poeira.
Assopra dos dedos um pouco de fuligem
e suspira como Deus diante do barro
e como quem cria quando fala, ele escreve."
Carlos Rodrigues Brandão
"Pois aqui começam as palavras!
Quem escreve aponta o lápis com o canivete.
Cada gesto ensaiado entre os dedos da mão direita
desvela um pouco mais da face da lança
com que o homem se veste de Quixote
e desafia os moinhos e os silêncios.
Um pouco mais e a ponta preta aparece
e ele refaz esse milagre treze vezes
e cantarola uma canção de ninar
enquanto acorda a véspera do poema.
Ele fecha nas mãos a arma da ousadia
e recolhe da mesa lascas de sândalo e poeira.
Assopra dos dedos um pouco de fuligem
e suspira como Deus diante do barro
e como quem cria quando fala, ele escreve."
Carlos Rodrigues Brandão