Colheu algumas palavras,
umas miúdas, outras coloridas,
e as distribuiu em versos.
Nas entrelinhas, sob os versos,
semeou com cuidado
um punhado de desejos secretos
e devaneios impronunciáveis
para que um dia, despertos,
transcendessem as palavras.
Então deu de presente ao moço -
que os poemas, como as flores,
como as pessoas, têm mais vida
dedicadas a alguém.
Fernanda Pantoja