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Archive for 2009

RECEITA DE ANO NOVO


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Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?) Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver. Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre. Carlos Drummond de Andrade

2010...


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O ANO NOVO O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho. É viver cada momento e construir a felicidade aqui e agora. Claro que a vida prega peças. O bolo não cresce, o pneu fura, chove demais (Perdemos pessoas que amamos)... Mas, pensa só: Tem graça viver sem rir de gargalhar, pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido estragar o dia por causa de uma discussão na ida pro trabalho? Eu quero viver bem... e você? 2009 foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas, mas também de problemas e desilusões, tristezas, perdas, reencontros. Normal... Às vezes, se espera demais. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou. Normal... 2010 não vai ser diferente. Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas, e aí? Fazer o quê? Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança? O que eu desejo para todos nós é sabedoria. E que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa experiência. O nosso desejo não se realizou? Beleza...Não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa para esse momento... Me lembro sempre de uma frase que adoro: ("cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade") Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano... Mas, se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes. Desejo para todo mundo esse olhar especial! 2010 pode ser um ano especial, se nosso olhar for diferente. Pode ser muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro. 2009 pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, especial! Depende de mim e de você!! Arnaldo Jabor Boas Festas e Feliz Ano Novo para todos nós!!!

"Não adie seu encontro com a espiritualidade"


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Em época de Natal, a sensação é de que há algo a mais na atmosfera. Para uns, é encantamento, elevação.Para outros, apenas nervosismo, que se traduz em febre de consumo, excessos alimentares e conflitos interpessoais. É uma época ideal para o verdadeiro ato de comemorar, que significa "lembrar junto". Uma época para buscar o poder, a espiritualidade que está dentro de nós, cada um com sua fé, um único Deus para todos."Religião as pessoas podem ter ou não. Já a religiosidade é um elemento estruturante da existência" "Eu quero a velocidade para ser atendido por um médico, mas não quero pressa durante a consulta.Quero velocidade para ser atendido no restaurante, mas não quero pressa para comer.Quero velocidade para encontrar quem eu amo, mas não quero pressa na convivência. Tempo é uma questão de prioridade." (Mário Sérgio Cortella, filósofo)

Rifa-se um coração.


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"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada." Lembro-me da primeira vez que li um texto de Clarice Lispector.Um livro de Português da 6ª série. O texto falava da alegria de ser mãe, da simplicidade, do prazer pelas coisas conquistadas,do amor e do poder pela escrita;pois assim dominaria o mundo.Acredito que este texto é a resposta do meu encantamento pela autora. Rifa-se um coração Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista. Um coração como poucos. Um coração à moda antiga. Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário. Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões. Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas. Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu... "...não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...". Um idealista...Um verdadeiro sonhador... Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural. Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras. Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos. Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo. Rifa-se este desequilibrado emocional que abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto. Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes. Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções. Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário. Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas: "O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer" Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconseqüente. Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo. Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina. Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e a ter a petulância de se aventurar como poeta Clarice Lispector

SABEDORIA


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"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer."

Cortar o tempo


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"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."

À minha eterna estrela Dalva, presente em todas as constelações do meu ser.


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"Tenho razão de sentir saudade, tenho razão de te acusar. Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora. Detonaste o pacto. Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair. Antecipaste a hora. Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas. Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si, o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada? Tenho razão para sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança. Sim, tenho saudades. Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste" "Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim." Carlos Drummond de Andrade

Com a palavra CLARICE LISPECTOR


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"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." Creio que o desabrochar é espontâneo, puro, tangível...As vezes curvilíneo, as vezes em linha reta. Simples ou talvez impuro,sem importância para quem lê, mas cheio de significados para quem escreve.Por isso não tenho medo das palavras. Elas estão sempre disponíveis ao nosso bom uso.Por isso precisamos das palavras: para nos vestir de sabedoria e silêncio quando necessário.(Andréia Souto) Escrever, Humildade, Técnica Clarice Lispector "Essa incapacidade de atingir, de entender, é que faz com que eu, por instinto de... de quê? procure um modo de falar que me leve mais depressa ao entendimento. Esse modo, esse "estilo" (!), já foi chamado de várias coisas, mas não do que realmente e apenas é: uma procura humilde. Nunca tive um só problema de expressão, meu problema é muito mais grave: é o de concepção. Quando falo em "humildade" refiro-me à humildade no sentido cristão (como ideal a poder ser alcançado ou não); refiro-me à humildade que vem da plena consciência de se ser realmente incapaz. E refiro-me à humildade como técnica. Virgem Maria, até eu mesma me assustei com minha falta de pudor; mas é que não é. Humildade com técnica é o seguinte: só se aproximando com humildade da coisa é que ela não escapa totalmente. Descobri este tipo de humildade, o que não deixa de ser uma forma engraçada de orgulho. Orgulho não é pecado, pelo menos não grave: orgulho é coisa infantil em que se cai como se cai em gulodice. Só que orgulho tem a enorme desvantagem de ser um erro grave, com todo o atraso que erro dá à vida, faz perder muito tempo." Texto extraído do livro "A Descoberta do Mundo", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1999 "Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

Mais... Mário Quintana


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“Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam vôo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto; alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti...” DAS UTOPIAS “Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora A presença distante das estrelas!” POEMINHA DO CONTRA “Todos estes que aí estão Atravancando o meu caminho, Eles passarão. Eu passarinho!” BILHETE “Se tu me amas, ama-me baixinho Não o grites de cima dos telhados Deixa em paz os passarinhos Deixa em paz a mim! Se me queres, enfim, tem de ser bem devagarinho, Amada, que a vida é breve, e o amor mais breve ainda”

Mário Quintana


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"Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora. E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante. Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo..." Quem Sabe um Dia Quem Sabe um Dia Quem sabe um dia Quem sabe um seremos Quem sabe um viveremos Quem sabe um morreremos! Quem é que Quem é macho Quem é fêmea Quem é humano, apenas! Sabe amar Sabe de mim e de si Sabe de nós Sabe ser um! Um dia Um mês Um ano Um(a) vida! Sentir primeiro, pensar depois Perdoar primeiro, julgar depois Amar primeiro, educar depois Esquecer primeiro, aprender depois Libertar primeiro, ensinar depois Alimentar primeiro, cantar depois Possuir primeiro, contemplar depois Agir primeiro, julgar depois Navegar primeiro, aportar depois Viver primeiro, morrer depois.

Turminha da 5ª série - Colégio Delta


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Atenção cientistas!!!!!!! Um "maluquinho" com ótimas intenções quer acabar com a fome no mundo... Será possível? E se a água transformasse em comida.... Ficaram curiosos??? Uma dica legal para as férias: O filme: "Tá chovendo Hambúrguer". Mas atenção: não vá ao cinema com a "barriga roncando" ! Assista o trailler e programe-se! Boa Diversão.

Poesia, eterna herança...


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Legado Deixarei por herança
não o poema mas o corpo no poema aberto aos quatro ventos Pois todo poema é verde e maduro, em areia movediça de angústia, solidão Onde me debato ainda que finja o contrário em busca da verdade e seu chão Deixarei por herança não o poema Mas o corpo repartido na viagem inconclusa Pois todo o poema maduro é um verde poema E, mesmo acabado, se estriba na inconclusão Claro, sem esquecer, o estratagema da paixão Lindolf Bell

A praga moderna - Lya Luft


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"O que somos mesmo, neste período pós-moderno, de que algumas pessoas tanto se orgulham, é estressados" Nossas pestes – que também as temos – podem ser menos tenebrosas do que as medievais, que nos faziam apodrecer em vida. Mas, mesmo mais higiênicas, destroem. E se multiplicam, na medida em que se multiplica o nosso stress. Ou melhor: o stress é uma das modernas pragas. Quanto mais naturebas estamos, mais longe da mãe natureza, que por sua vez reclama e esperneia: tsunamis, tempestades, derretimento de geleiras, clima destrambelhado. Ser natural passou a não ser natural. Ser natural está em grave crise. O bom mesmo é ser virtual – mas isso é assunto para outra coluna, ou várias. Porque, se de um lado somos cada vez mais cibernéticos e virtuais, de outro cultivamos amores vampirescos, paixões por lobisomens, e somos fãs de simpáticos bruxos em revoadas de vassouras. Mudaram, os nossos ídolos. Não sei se para pior, mas certamente para bem interessantes. Pois nosso lado contraditório é que nos torna interessantes, em consultórios de psiquiatras, em textos de ficcionistas. Também na vida cotidiana aquela velhíssima voz do instinto, voz das nossas entranhas, deixou de funcionar. Ou funciona mal. Desafina, resmunga, rosna. A gente não escuta muita coisa quando, por acaso ou num esforço heroico, consegue parar, calar a boca, as aflições e a barulheira ao redor. O que somos mesmo, neste período pós-moderno de que algumas pessoas tanto se orgulham, é estressados. Não tem doença em que algum médico ou psiquiatra não sentencie, depois de recitar os enigmáticos termos médicos: "E tem também o stress". Para alguns, ele é, aliás, a raiz de todos os males. Eu digo que é filho da nossa agitação obsessivo-compulsiva. Quanto mais compromissados, mais estressados: é inevitável, pois as duas coisas andam juntas, gêmeas siamesas da desgraça. Porque a gente trabalha demais, se cobra demais e nos cobram demais, porque a gente não tem hora, não tem tempo, não tem graça. Outro dia alguém me disse: "Dona, eu não tenho nem o tempo de uma risada". Aquilo ficou em mim, faquinha cravada no peito. Um dos nossos mais detestáveis clichês é: "Não tenho tempo". O que antes era coisa de maridos e de pais mortos de cansaço e sem cabeça nem para lembrar data de aniversário dos filhos (ou da mãe deles), agora também é privilégio de mulher. De eficientes faxineiras a competentíssimas executivas, passamos de nervosas a estressadas, stress daqueles de fazer cair cabelo aos tufos. Não sei se calvície feminina vai ser um dos preços dessa nossa entrada a todo o vapor no mercado de trabalho – pois ainda temos a casa, o marido, os filhos, a creche, o pediatra, o ortodontista, a aula de dança ou de judô dos meninos, de inglês ou de mandarim (que acho o máximo, "meu filhinho de 6 anos estuda mandarim") –, mas a verdade é que o stress nos domina. É nosso novo amante, novo rival da família e da curtição de todas as boas coisas da vida. Que pena. Houve uma época em que a gente resolvia, meio às escondidas, dar uma descansadinha: 4 da tarde, a gente deitada no sofá por dez minutos, pernas pra cima... e eis que, no umbral da porta, mãos na cintura ou dedo em riste, lá apareciam nossa mãe, avós, tias, dizendo com olhos arregalados: "Como??? Quatro da tarde e você aí, de pernas pra cima, sem fazer nada?". Era preciso alguma energia para espantar os tais fantasmas. Neste momento, porém, eles nem precisam agir: todos nós, homens e mulheres, botamos nos ombros cruzes de vários tamanhos, com prego ou sem prego, com ou sem coroa de espinhos. São tantos os monstros, deveres, trânsito, supermercado, dívidas e pressões, que – loucura das loucuras – começamos a esquecer nossos bebês no carro. Saímos para trabalhar e, quando voltamos, horas depois, lá está a tragédia das tragédias, o fim da nossa vida: a criança, vítima não do calor, dos vidros fechados, mas do nosso stress. Começo a ficar com medo, não do destino, eterno culpado, não da vida nem dos deuses, mas disso que, robotizados, estamos fazendo a nós mesmos.
Revista Veja , 2/12/2009

Viagens de Gulliver - especial para a 6ª série Biotécnico


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object width="425" height="344">Se eu tivesse que fazer uma lista de seis livros a serem preservados quando todos os outros fossem destruídos, certamente colocaria Viagens de Gulliver entre eles.” Queridos alunos, o livro demorou um pouco a chegar (infelizmente)mas tenho certeza que vocês já se encantaram pelo personagem criado pelo autor Jonathan Swift: Gulliver. Seguem algumas informações para ajudá-los no trabalho. Na época em que a obra foi escrita, o Reino Unido da Grã-Bretanha era formado pela Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda. Os Irlandeses não eram tratados como os demais integrantes, pois sua população era de origem celta e sua religião era católica. Embora tivessem o direito de votar, por serem católicos não podiam ter cargos públicos. A população vivia na mais sórdida miséria. Em 1666 foi vedada a exportação de gado para o reino e começou a criação de carneiro, sendo que o comércio entre as duas ilhas caiu consideravelmente. Como se não bastasse, em 1699, uma outra lei decretada pela Inglaterra proibia a exportação para outros mercados do mundo, tudo sob uma política escravizadora, fazendo com que milhares de fabricantes abandonassem o país, enquanto a Coroa Inglesa devorava a Irlanda. Em 1694, o novo regime, do qual John Locke foi teórico "Ensaio sobre o Governo Civil -1690", foi confirmado pelo Ato do Estabelecimento, que assegurava a sucessão de Guilherme III, à sua cunhada Rainha Ana. As idéias dos filósofos iluministas começam a ser difundidas na Inglaterra e eram: Separação dos Três poderes, a liberdade de comércio e o direito de propriedade; acreditavam na razão humana como a forma autêntica para a compreensão da sociedade, sendo ela a fonte de todo o conhecimento. Havia dois grupos políticos: 1- Tories é o nome do grupo que deu origem ao Partido Conservador. 2- Whigs formavam o grupo que originou o Partido Liberal. Os Tories defendiam as prerrogativas do Rei e os privilégios da Igreja Anglicana e o suporte dos Whigs vinha dos setores da aristocracia e comerciantes de Londres, estes advogando uma política de maior tolerância com católicos e não-conformistas (presbiterianos). Primeira Viagem (A Liliput) - Personagens Principais Sr. Limuel Gulliver - Morador de uma pequena propriedade em Nottinghamshire, terceiro filho de uma família de Cinco. É enviado aos 14 anos para Emanuel College, em Cambridge, onde permaneceu por três anos aplicados aos estudos de Medicina. Torna-se aprendiz do Sr. James Bates. Aplica-se aos estudos da navegação e outras partes da matemática, úteis a quem tenciona viajar. Golbasto Momaren Evlane Gurdilo Shefin Mully Ully Gue - Imperador de Liliput. Monarca de todos os monarcas, mais alto do que os filhos dos homens, agradável como a primavera, confortativo como o verão. Skyresh Bolgolam – Antagonista. Ministro e almirante do rei de Liliput; pessoa de muita confiança do amo e grandemente versada em negócios, mas rabugento e áspero. Sem motivos, torna-se inimigo mortal de Gulliver. Flimnap - Tesoureiro do rei (amigo de Gulliver), deixou de ser amigo mais tarde devido à calúnias envolvendo sua esposa e Gulliver. - Personagens Secundários. Sr. Bates - Mestre, professor, eminente cirurgião de Londres. Srta. Mary Borton - Segunda filha do Sr. Edmund Burton (que era negociante de meias em Newgate Street, que trouxe como dote 400 libras), esposa de Gulliver. William Prichard - Comandante do Antílope, navio em que Gulliver fez sua primeira viagem significativa com destino às índias Orientais. Limtoc - o general. Lalcon - o camareiro. Balmuff - o grande juiz. Redigiu contra Gulliver uma acusação por traição e outros crimes capitais. » Segunda Viagem (Broldingnag) - Personagens Principais Gildrig - Como Gulliver foi chamado na terra dos gigantes. Glumdalclith ou Amazinha - Filha do Gigante, uma menina de nove anos. Esperta para a idade, muito perita na agulha (boa costureira); Carinhosa, amiga e protetora inseparável de Gulliver. Grilbrig - O Fazendeiro. Pai da Amazinha, homem ganancioso, ganhava dinheiro com as apresentações de Gulliver. Quando Gulliver adoece, ele o vende para a rainha de Broldingnag. - Personagens Secundários Rainha - Se dedicava as coisas fúteis do reino, considerava Gulliver uma criatura inteligente que servia para distraí-la. Rei -Possuía grande sabedoria, mantinha longas conversas com Gulliver a respeito da Inglaterra. O Anão da corte -Era o menor adulto do país, com apenas 9 metros de altura, proferia palavras irônicas a respeito do tamanho de Gulliver, invejava-o, pois havia perdido, para ele, a preferência da corte. » Terceira Viagem (Laputa) - Personagens Principais O Rei - Como o restante dos habitantes, dava importância ao estudo da matemática e da música. Munodi - Pessoa de primeira categoria. Foi governador Lagado, capital de Balnibardi, durante alguns anos. Os Batedores - Principal função era despertar tanto o Rei como os habitantes com mascateiros a fim de trazê-los ao assunto atual. Glubbdubdrib - (próxima cidade a ser visitada por Gulliver) Ilha dos feiticeiros ou mágicos. O Rei - Era mágico, invocava os espectros dos mortos para servi-lo durante 24 horas. Atencioso respondia para Gulliver todas as indagações feitas sobre sua cidade. Luggnagg - (Terra dos Imortais) Características Gerais - Povo cortês e generoso, tratam polidamente os estrangeiros. Nasciam muito raramente: Primeiro com uma mancha vermelha e circular na testa (sinal de ser imortal). Essa marca aumentava e mudava de cor com o passar do tempo que seria chamado Struldibrugs. » Quarta Viagem (País dos Houyhnhnms) Amo - Amigo de Gulliver. Cavalo com características humanas: dotado de fala, é ele quem ensina a Gulliver as primeiras palavras da terra dos cavalos. Houyhnhnms - Cavalos falantes, dotados de raciocínio e atitudes humanas. Yahoos - Seres com características humanas com comportamento irracional. "... Tinham a cabeça e o peito cobertos de pêlos grossos, crespos em alguns e lisos em outros;... a pele, de uma coloração castanha de camursa..." principal mensagem transmitida pela obra "Viagens de Gulliver " é que o meio social e político da época e, sobretudo o ser humano, são repletos de vícios e de maus valores éticos. Ao afirmar que, ao escrever a obra pretendia "agredir o mundo, não diverti-lo". O autor pretendia, na realidade, mostrar ao homem como são "ridículos" são seus valores e o seu corportamento e, dessa forma, mostrar quais são os bons valores éticos e morais que devem existir em uma sociedade. Em "Viagens de Gulliver", Swift procura mostrar, através da sátira, a vida política e social da Inglaterra no século XVII. Embora a intenção alegórica mais direta e pessoal esteja relacionada com a política britânica, sua sátira visa especialmente à humanidade. Torna-se evidente a valorização dos padrões civilizados da época: mentalidade burguesa que se consolidaria logo mais no século XIX com o Romantismo.