Em dezembro do ano passado,estampei junto com minha saudade a "flor de mãe" como carinhosamente chamamos uma linda flor branca que " só se abre a luz da lua".Falamos ontem sobre a flor, coincidência ou não, citada nos versos de Efrahim Maia.Mais uma vez, na união de nossos mais puros sentimentos fomos levados a emoções passadas, onde já não existe dor, somente um vazio;uma saudade cortante...Entoamos cantigas, derramamos nossas lágrimas, mas não lavamos nossa alma.Rimos, partilhamos e dividimos o que cada um de nós tem de mais puro: as raízes brejeiras, o encanto pelas coisas simples; um pássaro,o fogão à lenha aceso , um pedaço de chão, o sabor da fruta madura.E os momentos são puros, e a veracidade de um verso me vem à cabeça: "as coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão, mas as coisas findas,muito mais que lindas, essas ficarão."Bendita seja a memória, que nestes momentos de ausência, projeta em meu coração sua presença,minha querida mãe, Mires Dalva Pena.
Flor da noite - Efrahim Maia
Oh, minha flor só e tristonha
só se abre a luz da lua
só se abre quando sonha
a lua clara pelo ar
Noite, canta e conta
o seu segredo
É feitiço ou é brinquedo
que ao dormir esquece o medo
desabrocha sem pensar
Eu oculto minha face
pra que ela não me veja
Ah! se o coração falasse:
Seja minha!
Seja minha dor do dia
Minha flor da noite
Triste alegria minha flor da morte
e nas sombras nuas
eu me esguio a espiar
minha flor só e tristonha
só se abre a luz da lua
só se abre quando sonha
a lua clara pelo ar.
Archive for 03 maio 2010
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