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Receita de Viver


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Viver é expandir, é iluminar. Viver é derrubar barreiras entre os homens e o mundo. Compreender. Saber que, muitas vezes, nossa jaula somos nós mesmos, que vivemos polindo as nossas grades, ao invés delas nos libertarmos.
Procuro descobrir nos outros sua dimensão universal, única. Sou coletivo. Tenho o mundo dentro de mim. Um profundo respeito humano. Um enorme respeito à vida. Acredito nos homens. Até nos vigaristas. Procuro desenvolver um sentido de identificação com o resto da humanidade. Não nado em piscina se tenho o mar. Por respeito a cada ser humano em todos os cantos da terra, e por gostar de gente - gostar de gostar - é que encontro em cada indivíduo o reflexo do Universo.
As pessoas chamam de amor ao amor-próprio. Chamam de amor ao sexo. Chamam de amor a uma porção de coisas que não são amor. Enquanto a humanidade não definir o amor, enquanto não perceber que o amor é algo que independe da posse, do egocentrismo, da planificação, do medo de perder, da necessidade de ser correspondido, o amor não será amor.
A gente só é o que faz aos outros. Somos conseqüências dessa ação. Não fazer... me deixa extenuado.
Talvez, a coisa mais importante da vida seja não vencer na vida, não se realizar.
O homem deve viver se realizando.
O realizado botou ponto final.
Não podemos viver, permanentemente, grandes momentos. Mas podemos cultivar sua expectativa.
Acredito em milagre. Nada mais miraculoso que a realidade de cada instante.
Acredito no sobrenatural. O sobrenatural seria o natural mal explicado, se o natural tivesse explicação.
Enquanto o homem não marcar um encontro, consigo mesmo, verá o mundo com prisma deformado. E construirá um mundo em que a lua terá prioridade. Um mundo mais lua do que luar...

Pedro Bloch

2 Responses to “Receita de Viver”

  1. Déia,
    Vendo uns vídeos sobre Clarice Lispector, lembre-me que você disse gostar dela. Postei um em meio blog e dediquei-o a sua pessoa. A escrita desse poema nos lembra a nossa condição de humanos necessitados de sermos irmãos. Lindo e forte. Acho que vais gostar. Veja lá!
    Há um outro também na voz de Maria Bethânia: lindoooooo!
    Bjim!

  2. Dani, senti-me imensamente honrada, emocionada e viva!sim,viva.Por saber e sentir que palavras doces não são e nunca serão sinônimo de fraqueza, mas sim de extrema candura e verdade.Obrigada, minha amiga querida.No final de um dia tão pesado, um bálsamo para meus olhos, meus ouvidos e meu coração.

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